Secovi Rio na mídia: Home office ditará lançamentos em 2021 no mercado imobiliário

Na esteira do trabalho remoto imposto pela crise sanitária do coronavírus, há um recado explícito para o mercado imobiliário: os modelos de imóveis diferenciados são o novo objeto de desejo dos cariocas. A procura por apartamentos de cobertura ou térreos, casas de vila e afins, os chamados “imóveis não tipo”, cresceu 35% ao longo do ano passado, segundo a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-RJ).

Ao que tudo indica, já que é preciso ficar entre quatro paredes, que seja num espaço amplo, com direito a um escritório para chamar de seu, cozinha maior ou área de lazer interna.

— A demanda por esses imóveis explodiu. A relação com o trabalho mudou, e o home office veio para ficar. É natural que as pessoas façam esse movimento de procurar plantas que ofereçam mais conforto. Quem adotou esse estilo de vida dificilmente vai querer mudar de novo — avalia Claudio Hermolin, presidente da Ademi-RJ. A entidade estima que os novos lançamentos na cidade do Rio devem crescer de 20% a 25% este ano, seguindo a tendência de alta observada no ano passado.

Outros dois tipos de imóveis tiveram valorização ainda maior, segundo ele: as casas em condomínios nobres da Barra da Tijuca e entorno e as coberturas nos bairros da Zona Sul. Encontrar uma preciosidade dessas não é nada fácil. Em um prédio de dez andares, por exemplo, são 20 apartamentos comuns, em média, e apenas duas coberturas.

A Covid-19 mudou o estilo de vida das pessoas, avalia o vice-presidente do Secovi Rio, Leonardo Schneider. Agora, um único espaço tem que servir para o trabalho, a convivência familiar e o lazer.

O resultado é que as construtoras já estão oferecendo casas e apartamentos mais amplos, com áreas próprias ou compartilhadas para trabalho, algum cantinho verde, cozinhas maiores e um lugar para brincadeiras e estudos das crianças.

— É um novo perfil. Os apartamentos já estão saindo da planta com essa proposta do home office. A oferta de rooftops (terraços) também cresceu, como podemos constatar em alguns lançamentos na Zona Sul. O hábito de fazer um puxadinho, revertendo o quarto de empregada em escritório, por exemplo, já está incorporado aos novos projetos nas zonas Sul e Norte e na Barra da Tijuca.

As plantas assimilaram esse novo padrão — e não foi por acaso. Na maioria das famílias, a necessidade de espaços mais reservados é uma demanda de várias pessoas ao mesmo tempo, como ressalta Marcelo Vasconcelos, presidente da Patrimóvel.

— Um casal com dois filhos adolescentes precisa, de fato, de quatro lugares para que todos possam trabalhar ou estudar com conforto. Tenho um cliente que precisou improvisar o escritório no closet, para ter a tranquilidade necessária para trabalhar.

Antes de a pandemia virar o mundo de ponta-cabeça, as pessoas trabalhavam fora e iam em casa apenas para dormir, praticamente. Agora a realidade é outra. Elas precisam de uma estrutura completa para trabalhar, não cabe mais o improviso. São hábitos que mudam e que levam o mercado a modificar suas estratégias.

Essa tendência, na avaliação de Vasconcelos, despertou o interesse por um novo tipo de moradia com mais espaço, mesmo nos imóveis tipo padrão.

— As incorporadoras já perceberam que o consumidor quer imóveis mais espaçosos, porque o home office e o estudo híbrido chegaram com toda a força.

Fonte: O Globo

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