Um dos destaques na nascente indústria do equity crowdfunding é o setor imobiliário. Um exemplo é a plataforma Urbe.me que, em vez de empresas, é focada no financiamento da construção de prédios. O leque vai de imóveis do Minha Casa Minha Vida a edifícios de classe média alta. Segundo o site, 14 obras já levantaram R$ 21,1 milhões. No fim de julho, outra plataforma registrada na CVM, a Glebba, lançou sua primeira captação nesse setor.
Na Urbe.me, cada projeto costuma captar até R$ 2 milhões. Os aplicadores podem investir a partir de R$ 1 mil e recebem juros. Os projetos oferecem rentabilidade mínima garantida pela incorporadora (120% da taxa CDI, por exemplo) e um retorno possível, ao fim do prazo, que dependerá do sucesso do empreendimento.
OPÇÃO DE DIVERSIFICAÇÃO
Segundo o sócio Lucas Obino, para diminuir os riscos, todos os empreendimentos são criados sob o regime de patrimônio de afetação – ou seja, contabilidade independente da construtora. Em caso de problemas financeiros da empresa, os títulos de dívida são executáveis extrajudicialmente, e o investidor não entra como sócio, mas como credor. – As empresas que captam são pequenas e médias que buscam financiar os primeiros meses da obra, intensivos em capital mas que não costumam ser cobertos pelos bancos – explica.
O investidor Thiago Veit, de 38 anos, aplicou R$ 500 mil em três projetos imobiliários do Urbe.me. Pela regulamentação da CVM, pode-se aplicar apenas R$ 10 mil por ano em crowdfunding, masa regra não vale para investidor qualificado, aquele com patrimônio de pelo menos R$ 1 milhão em investimentos. -Isso me permite diversificar meu portfólio e ter uma exposição mais simples ao ramo imobiliário. Além disso, os ganhos são maiores que os da renda fixa hoje. Diante do retorno possível, o risco compensava para mim – disse.
Fonte: O Globo