Controle de ponto móvel é aposta para condomínios
É comum alguns condomínios terem um fluxo intenso de entrada e saída de funcionários. Nesses casos, fica difícil para as administradoras controlarem, à distância, a jornada de trabalho dos empregados dos prédios. Uma novidade, no entanto, promete resolver esse problema: a adoção do relógio móvel de controle de ponto. Trata-se de um sistema que pode ser disponibilizado em aplicativos instalados no celular, no tablet ou mesmo no computador pessoal. Os funcionários registram os horários de entrada, saída e a pausa para o almoço. A marcação pode ser feito de qualquer lugar, sem a obrigatoriedade de locomoção até um local físico para o registro. Todas as informações registradas são enviadas em tempo real para o gestor. De uma forma simples e segura, esse tipo de sistema pode auxiliar empresas terceirizadas e administradoras de condomínios, já que oferece uma organização completa da jornada de trabalho dos funcionários, deixando o cartão de ponto manual ou os livros de registro para trás. Mais comodidade Com o avanço dessa tecnologia, companhias como a PontoTel criaram sistemas cuja finalidade é solucionar o problema das empresas que possuem funcionários trabalhando externamente. “Identificamos a necessidade que o mercado apresentava em relação à gestão de pessoal. Criamos um sistema que facilita a administração do controle de frequência de empresas. Com isso, as administradoras de condomínio podem registrar, de forma mais atualizada, a entrada e saída de funcionários”, diz o diretor da PontoTel, Pedro Pimenta. O vice-presidente do Secovi Rio, Leonardo Schneider, apoia a utilização do novo modelo. “Se for uma tecnologia de baixo custo que não prejudique o bolso dos condôminos e que ainda possa ajudar os funcionários, acredito que seja algo que virá para o bem. Além do fato de um serviço como esse facilitar em muito a gestão do condomínio”, afirma. “É bom lembrar, ainda que, quando estamos tratando de condomínios, o fato de que apenas aqueles que têm mais de dez empregados estão obrigados a fazer o controle de ponto”, conta Solange Santos, gerente do departamento Jurídico do Secovi Rio. (Fonte: O Dia, Marina Cardoso)
Portaria com simpatia: porteiros são reconhecidos pelo carisma e colaboração
Geralmente quem vive ou trabalha em condomínio costuma se deparar com aquele alguém que fica na linha de frente do prédio fiscalizando a entrada e saída das pessoas. Esse profissional é tão importante que já foi lembrado várias vezes na cultura pop, indo desde personagens icônicos até letras de música. Mas, entre “bom dia”, “boa tarde”, “boa noite” e eventuais comentários sobre o tempo, alguns se destacam na multidão e acabam conquistando o coração dos moradores, frequentadores e síndicos. É o caso do Luiz Gonzaga, que tem no síndico do Edifício Ribeiro Moreira, José de Carvalho, um grande fã. E não é por causa do nome de artista. O porteiro, de 68 anos, trabalha no condomínio em Copacabana há 32 – o seu primeiro e único emprego à frente de uma portaria. Antes disso, Luiz trabalhava em uma empresa de manutenção de edifícios que prestava serviço para o prédio. Quando surgiu a oportunidade, ele trocou os pincéis e ferramentas pela portaria por considerar a função “mais sossegada”. Contudo, as habilidades fizeram o “pacote” ainda mais completo e, graças a isso, o porteiro faz diversos “bicos” pelo prédio. “Muitas vezes, eu não tenho nem conhecimento do problema porque ele já vai lá e conserta”, afirma José, que também revela que o porteiro chega a fazer as vezes de calceteiro. O síndico, aliás, rasga-se em elogios. Morador do Ribeiro Moreira desde que nasceu, chega a se questionar se gostaria de estar no cargo caso não contasse com a parceria de Luiz: “Para mim, ele é indispensável.” José acredita que o fato de o porteiro também ser morador do condomínio o motiva a aumentar o cuidado com o lugar e conta que, de alguma forma, ele está sempre fazendo alguma coisa pelo prédio. Luiz atende a todos em missões que vão desde ir à feira para alguém até levar um “senhorzinho” ao banco. “Não é simples competência no trabalho, ele extrapola”, avalia. Não à toa, diante do tema da reportagem, o síndico logo se empolgou em exprimir o quanto o porteiro é “gente boa”: “Acertadamente, serviria para ele essa colocação. É a personificação do Luiz!” O porteiro, por sua vez, encara tudo com a maior tranquilidade e não deixa tanta exaltação subir à cabeça, mas reconhece a boa relação com os moradores. “Eu não tenho dificuldade. Me dou bem com todo mundo”, afirma. Ele acredita que tem sido bem-sucedido graças à sua força de vontade: “Tenho interesse por tudo que eu faço.” Por isso também orgulha-se de nunca ter sido demitido na vida: “Tenho apenas três assinaturas na carteira (de trabalho).” E uma coisa assume, deixando a modéstia um pouco de lado. “Quando tiro férias, todo mundo fica louco”, diverte-se. Simpatia e carro emprestado Mas, quanto a ser solicitado, o que dizer de um porteiro que chega a emprestar seu carro para os moradores do condomínio onde trabalha? É sério! Antônio Carlos José da Silva comenta como se fosse a coisa mais banal do mundo: “Ih, pegam emprestado o tempo todo!” Não é de se estranhar que, ao ser questionado sobre qual é o segredo para ser tão querido, especula: “Acho que é ter todo mundo como se fosse uma família.” Há 35 anos trabalhando no Edifício da Praça, em Copacabana, o porteiro de 61 anos de idade acumula 42 primaveras de experiência na profissão. “É uma responsabilidade grande, mas tudo é um aprendizado”, diz. Orgulhoso do que faz, ele fala sobre a importância de estar atento a tudo que acontece no entorno do prédio e conta que já chegou a fazer curso de segurança condominial. Também já fez um para auxiliar moradores idosos. Mas, sobre esse último, ele garante saber mais do que foi ensinado. De qualquer maneira, Antônio preocupa-se mesmo em tratar todo mundo bem, “da criança ao idoso”. Por isso se gaba: “Os moradores dizem que não dá para saber se estou doente ou com raiva.” Tanto reconhecimento já o fez receber diversas propostas para trabalhar em outros edifícios, mas ele garante não querer trocar o Condomínio da Praça. O porteiro se recorda de um morador americano que afirmava que ele havia nascido para a profissão. “Ele dizia que tinha que ser porteiro mesmo. Se eu fosse médico, matava o paciente; se fosse advogado, não libertava o cliente; se fosse engenheiro, a construção cairia”, diverte-se. “Isso faz a pessoa ficar feliz, né?”, completa. Experiência e muita dedicação Já Severino de Paula Machado tem uma carreira um pouco mais recente em portarias (cerca de 16 anos), tendo ingressado na profissão após a sua aposentadoria. “Infelizmente, neste país, depois de uma certa idade, é difícil arrumar emprego. Além de uma boa oportunidade, foi uma distração, porque, ficando em casa, eu quase entrei em depressão”, explica. Contudo, as experiências anteriores colaboraram para que ele introduzisse melhorias no serviço. Depois de já ter trabalhado como auxiliar de almoxarifado, fiscal de caixa e rodoviário, ele começou a acumular conhecimento como porteiro trabalhando em uma clínica. Hoje, aos 68 anos, é o porteiro-chefe do Condomínio Residence Rodrigues Caldas, em Jacarepaguá, onde foi parar por indicação de um casal de moradores que frequentavam o edifício onde ele trabalhava anteriormente. Há oito anos no condomínio, ele explica com satisfação diversas ações de aprimoramento no controle de entrada de pessoas, mapeamento para entrega de documentos, entre outras medidas. “Procuro organizar as coisas para facilitar a minha vida e a dos meus colegas”, ressalta. Dedicado à segurança do condomínio, ele garante que está sempre ligado em tudo e que tem facilidade para guardar as informações. Então anota e guarda os nomes de entregadores, funcionários de pet shops, motoristas de transporte escolar, entre outros. Por isso, fez um curso sobre o tema. “Acho muito importante. Aprendemos coisas que às vezes passam despercebidas”, completa. Tanta preocupação já fez até com que o porteiro precisasse ter um pequeno embate com um morador quando ele não quis abaixar o vidro do veículo ao ingressar no condomínio, alegando que o carro possuía o adesivo de identificação. “Eu falei com ele: ‘Vamos supor que você