Projeto de lei exige que condomínios tenham pipi dogs
Mais uma da série projetos de lei curiosos: tramita na Câmara de Vereadores um PL que exige que condomínios residenciais construam Pipi Dogs. O espaço deve ter lixeiras, torneira e ser coberto para evitar que os cães fiquem no sereno. Fofura sob pena de multa. (O Globo) Conheça outros projetos de lei acompanhados pelo Secovi Rio
Espaços e serviços para animais em condomínios colaboram para a socialização e bem-estar
Viver com um pet dentro de um condomínio nem sempre é tarefa fácil. Cachorros, em especial, precisam de espaço para correr e gastar energia. Para colaborar com os moradores de quatro patas, alguns condomínios – em especial, os mais novos – já disponibilizam áreas de lazer específicas para os pets, além de serviços que facilitam a vida dos condôminos. Um deles é o serviço de dog walker – passeadores de cães, que levam a cachorrada para dar uma volta enquanto os donos estão ocupados. No Condomínio Park Square Residence, em Icaraí, Niterói, o serviço é oferecido no formato pay per use (pague para usar). Segundo a empresária Mariana Garcia, essa facilidade também ajuda a amenizar um pouco da culpa por deixar seu cachorro sozinho em casa a maior parte do dia. “Sei que ele preferia passear comigo, mas fico mais tranquila, pois sei que ele não ficará tanto tempo sozinho em casa”, conta. Na Barra da Tijuca, Terezinha Marques faz as vezes de tutora de animais durante a semana, iniciando os passeios às 7h e finalizando às 11h. Além de passeadora, também presta o serviço de pet sitter para condôminos do prédio onde mora e para os condomínios próximos ao seu. Quando os donos precisam viajar, ela cuida dos cães fazendo uma série de visitas à casa dos clientes. “O cão permanece no ambiente dele, onde tem o cheiro dos tutores e seus objetos pessoais, assim você não causa nenhum estresse nele”, explica. São pelo menos duas visitas diárias. Se o cachorro ainda é filhote, podem ser até quatro visitas, em que a profissional higieniza o local, troca a ração e a água, e leva o bicho para passear. Durante esses momentos, ela, inclusive, faz filmes e tira fotos para os tutores: “Faço até transmissões ao vivo para mostrar como eles estão no momento. Os donos também fazem filminhos para os cães. O interessante é que, quando eles ouvem a voz do dono, ficam procurando.” A convivência entre animal e dog walker muitas vezes extrapola o que poderia ser uma mera relação profissional. “É interessante como a gente vai conhecendo cada um deles. Às vezes, até com um olhar ele já mostra o que quer ou para onde deseja ir. Mesmo não sendo seu cão, existe uma interação tão grande que, com apenas um gesto, ele já entende o seu comando e obedece”, diz Terezinha. Mais do que um cercadinho Outro serviço que surge com mais frequência nas novas construções é o chamado pet place, um ambiente dentro do condomínio voltado exclusivamente para o lazer dos animais. Nesses espaços, os bichos podem passear, fazer exercícios e interagir. Há cerca de quatro anos, o Condomínio Rio 2, localizado na Barra da Tijuca, conta com uma área desse tipo voltada para os bichinhos de estimação. Com o tamanho aproximado de uma quadra e meia de tênis, o local foi batizado de “ParCão” e é dividido em duas áreas: uma toda coberta por grama e outra com piso. Como os bichos também sofrem com o calor carioca, uma mangueira foi instalada para quem quiser dar banho no cachorro, e há até uma piscina exclusiva para os peludos. Prédios mais novos passaram a oferecer espaços exclusivamente para o lazer dos animais Dona de cinco cães, a moradora Lucia Vieira conta que a construção do espaço não foi aceita de cara por todos os condôminos e foi preciso persistência para que o pet place fosse aprovado. “Muitos que moram próximo ao ‘ParCão’ reclamam dos latidos. Eu e duas moradoras lutamos muito, e o espaço foi concebido e aprimorado. No início, onde hoje é piso, era brita”, lembra. Embora a adesão não seja unânime, muita gente tem aprovado a iniciativa, até mesmo quem não tem bichos, como a administradora Viviane Aragão. “Antes tínhamos muitos problemas de animais que faziam as necessidades nas áreas comuns do condomínio, e isso causava grande transtorno para moradores e visitantes”, conta. O Rio 2 é um condomínio composto por 16 prédios e cerca de 16 mil moradores. Com o “ParCão”, Viviane conta que ficou mais fácil a relação entre os vizinhos nos momentos de lazer: “Nos feriados ou nos finais de semana, quem não viaja costuma descer para aproveitar as áreas comuns do condomínio, como a ciclovia e a pista para caminhada, e, antes da criação do espaço, ficavam muitos cachorros no caminho, o que atrapalhava quem queria correr, pedalar ou apenas passear.” Superadas as desavenças entre humanos, ainda são necessários alguns cuidados para manter o clima de paz entre a bicharada. Segundo o pintor industrial Victor dos Santos, tutor dos vira-latas Luck e Strep, ambos de 7 meses, é preciso que os condôminos respeitem o temperamento dos cães: “Existem cachorros mais calmos e outros mais agressivos, então tem que ficar atento para não ter briga. É importante entrar no espaço aos poucos, deixar que eles se cheirem para ver se não haverá atrito.” Mesmo em área exclusivas para cães, é preciso tomar alguns cuidados para evitar brigas Programação canina No Condomínio Cidade Jardim, na Barra da Tijuca, as conexões entre humanos e cachorros é tão grande que os vizinhos organizam até eventos como festas de aniversário dos cães e encontros de raças. “Tem dia em que há reunião só de shitzu; outro dia, só com spitz alemão… Parece uma exposição de cães, é a coisa mais linda! As minhas não participam, embora, por serem vira-latas, pudessem entrar em todas as reuniões”, brinca a aposentada Nilda Amora, dona de Preta, de 15 anos, e Xuca, de 3. No condomínio, a bicharada não conta apenas com um, mas com três espaços de lazer próprios. Manter o local limpo também é uma preocupação dos frequentadores. Em cada portaria e também nos pet places, ficam disponíveis sacolinhas para que os donos recolham os cocôs. “Quem perdeu ou esqueceu não tem desculpa de não limpar”, assinala Nilda. No condomínio, a regra é a mesma da rua: sujou, recolheu Segundo o empresário Arthur Araújo, tutor do buldogue Sig, muitos moradores decidiram adotar seus primeiros cães