Secovi Rio na mídia: Cariocas trocam Zona Sul por imóveis mais espaçosos na Barra

A Barra da Tijuca, na Zona Oeste, é o bairro que mais tem atraído compradores de imóveis no Rio. Segundo fontes do setor, o movimento se deve, em grande parte, a uma migração de moradores da Zona Sul. O engenheiro de produção Andreas Hasenclever, de 41 anos, é um exemplo disso.

Há duas semanas, ele se mudou da Gávea, onde morava com a mulher e os filhos gêmeos, de 3 anos, para um apartamento no condomínio Península. Ele conta que uma série de fatores levou à decisão:

— O primeiro foi o valor. O preço por metro quadrado na Zona Sul é muito caro comparativamente ao da Barra. Outro fator importante foi a disponibilidade de infraestrutura para as crianças, que na Zona Sul não costuma existir.

Hasenclever acrescenta que o tamanho dos imóveis também pesou na escolha. A família trocou um apartamento de dois quartos por um de quatro.

— Os apartamentos da Barra são maiores, e os prédios mais novos — destacou.

Números do Sindicato da Habitação do Rio (Secovi Rio) mostram que a Barra foi o bairro onde houve o maior número de aquisições em 2020: foram 3.200 unidades. No mesmo período, Leblon e Ipanema registraram 748 e 631 transações, respectivamente.

Para se ter uma ideia do tamanho dos imóveis lançados na Zona Oeste, as unidades do residencial Cyano — empreendimento da construtora Gafisa, com um projeto desenvolvido pela Calçada — têm quatro suítes e área total entre 290 e 870 metros quadrados.

Bruno Oliveira, diretor comercial da Calçada, pontua ainda que a Barra tem opções de lazer e compras que não ficam a dever às da Zona Sul:

— Hoje, o bairro tem estrutura muito bem desenhada.

Ricardo Corrêa, assessor de Marketing da presidência e vice-presidência da Carvalho Hosken, atribui esse movimento principalmente à melhor qualidade de vida nos condomínios.

— Os bairros planejados, como o Ilha Pura, têm áreas superiores a 500mil metros quadrados, grandes praças, segurança 24 horas e transporte próprio — afirma.

Mesmo os imóveis usados têm atraído compradores. Ana Cecília de Lima e Silva, diretora comercial da Machado de Souza Consultoria Imobiliária, explica outro fator que faz a mudança valer a pena.

— Os valores do condomínio de alto padrão na Zona Oeste compensam. Temos apartamento na Avenida Vieira Souto, em Ipanema, que não conta com nenhum atrativo na área de lazer, e o condomínio custa R$ 11 mil por mês. No Golden Green, na orla da Barra, que tem um verdadeiro clube para lazer e até um campo de golfe, o condomínio custa R$ 4 mil — diz.

Solange Portela de Andrade, diretora da JB Andrade Imóveis, atribui o aumento da procura pela Barra da Tijuca também à pandemia do novo coronavírus, em função das áreas maiores e da qualidade dos imóveis:

— Durante a pandemia, com o home office, as aulas online e o distanciamento social, ficou mais claro e muito evidente a necessidade de um imóvel que dê mais conforto e tranquilidade emocional para toda família.

Gabriel Fidalgo, diretor da Canopus, construtora com empreendimento dentro do Península, faz avaliação semelhante:

— Com a pandemia, as pessoas observaram aspectos dos seus imóveis que não atendiam mais e, com isso, buscaram espaços maiores para praticar esportes, por exemplo, com total segurança e infraestrutura. O Península, por exemplo, é um local que também tem um shopping à disposição e que a pessoa pode andar com tranquilidade sem ser incomodado.

Fonte: O Globo

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