Por: Camilla Rua, jornalista no Secovi Rio
Na manhã desta quarta-feira (27/11), o Conselho Comunitário de Segurança do Centro Histórico e Lapa promoveu um evento no auditório do Secovi Rio com moradores, comerciantes, síndicos e representantes da região para discutir as principais necessidades do local.
Durante o evento, foram abordadas as dificuldades enfrentadas pela sociedade civil e empresários, especialmente no que diz respeito à falta de segurança, moradores de rua, limpeza e ao impacto do barulho excessivo, que afeta diretamente a qualidade de vida na região. Os participantes demonstraram preocupação com a crescente demanda por medidas eficazes que promovam mais segurança e tranquilidade na área Central da cidade.
Um dos momentos de destaque do evento foi a participação de Jovita Belford, coordenadora da Superintendência de Prevenção e Enfrentamento ao Desaparecimento de Pessoas, vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro. Em sua fala, Jovita apresentou os avanços do trabalho realizado pela coordenadoria, criada em 2019, para combater o desaparecimento de pessoas e resgatar vítimas de situações de vulnerabilidade. Ela também emocionou o público com seu relato pessoal sobre o desaparecimento da filha, Priscila Belford, no ano de 2004.
“Eu vivo um luto diário há 20 anos. O sumiço de crianças, bebês e pessoas é um grande desafio a ser superado pelo poder público e pela sociedade. Trata-se de um problema social, de polícia e que muitas vezes as famílias não sabem a quem recorrer”, disse.
A Região Metropolitana do Rio de Janeiro concentra o maior número de desaparecidos no estado. Nesta área, os índices de desaparecimento são maiores que os de homicídios dolosos, segundo dados da Polícia Civil. Entre os anos de 2015 a 2022, mais de 39 mil pessoas desapareceram em todo o estado. A média é superior a 4.800 pessoas desaparecidas por ano, conforme levantamento do Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro. O perfil dos desaparecidos, segundo o Ministério Público do Rio de Janeiro, geralmente inclui negros e pardos, pessoas de baixa renda, com idade entre 12 e 29 anos. “Os desaparecimentos estão ao nosso redor e envolvem quadrilhas de tráfico de órgãos, de pessoas e outros crimes”, ressaltou Jovita.
O evento também foi marcado por uma homenagem à advogada do Secovi Rio, Ana Cristina Rielo, que recebeu o reconhecimento do Conselho Comunitário de Segurança – Centro Histórico e Lapa. A homenagem foi um agradecimento pela parceria firmada com o Secovi Rio e pelo trabalho contínuo realizado no apoio ao desenvolvimento dos condomínios e à melhoria da convivência urbana na região. Ana Cristina detalhou ao público a atuação constante do Secovi Rio no mercado imobiliário do Rio e a importância do pagamento em em dia das contribuições para a criação de serviços e soluções que beneficiem o mercado da habitação como um todo.
A reunião foi uma oportunidade para fortalecer os laços entre o Secovi Rio e Conselho Comunitário de Segurança, além de destacar a importância da colaboração mútua na busca por soluções que promovam o bem-estar e a segurança para todos no Centro Histórico e Lapa.