Panorama do Mercado Imobiliário comemora 10 anos em evento para mais de 200 pessoas

Esse ano o “Panorama do Mercado Imobiliário”, principal produto do Centro de Pesquisa e Análise da Informação do Secovi Rio, está aniversariando. Em sua 10ª edição, a publicação traz algumas novidades: a análise da década em alguns bairros e a conversão do valor do imóvel em dólar, assim como a comparação entre os valores de oferta dos imóveis e as negociações concretizadas. Estão presentes também os indicadores sobre condomínios, locação, compra e venda, lançamentos e financiamento em todas as regiões da cidade no período de janeiro a dezembro de 2019.

Assim como previsto no “Panorama” de 2018, em 2019 aconteceu o início da recuperação do mercado imobiliário no Brasil. A melhoria veio das duas pontas do setor: a moradia popular, que manteve o desempenho a despeito da crise, e, principalmente, o segmento de imóveis de alto padrão. Os compradores que tinham seus recursos reservados estão começando a ganhar confiança outra vez para fazer novos investimentos, e as reduções nas taxas de juros do financiamento imobiliário dos bancos públicos e privados ajudam ainda mais a esquentar os negócios.

Os dados foram apresentados hoje, 13 de fevereiro, pelo vice-presidente da entidade, Leonardo Schneider, para um público de mais de 200 pessoas, durante o evento de lançamento da pesquisa, na sede do Secovi Rio. De acordo com o documento, a queda dos juros básicos em 2019 impulsionou a diversificação de investimentos imobiliários e reduziu o custo do financiamento imobiliário. Além disso, as mudanças na legislação municipal acerca do Novo Código de Obras do Rio foram fator essencial para os empreendimentos que virão em 2020: a aposta está nos imóveis residenciais compactos, com infraestrutura. As alterações na legislação permitem a construção de prédios com apartamentos de 25 metros quadrados de área mínima. Outra tendência é o coliving, um novo conceito de habitação. De olho nesse cenário, as construtoras já preparam lançamentos para o ano, o que vai reforçar o movimento ascendente do mercado imobiliário neste 2020.

O evento contou com a presença de personalidades, como Claudio Hermolin, presidente da Ademi- RJ, que falou sobre os lançamentos de imóveis de 2019 e também sobre quais estão planejados para este ano, traçando um panorama de reaquecimento do mercado imobiliário.

“O crédito imobiliário teve um salto de 2018 para 2019 de mais de 30%. E gente comprando imóvel aquece o mercado. Consome-se produto, seja ele usado ou estoque, abre espaço para novos lançamentos. Paralelo a isso, os bancos estão concedendo mais crédito para pessoa jurídica e isso significa mais lançamentos, mais obras, mais emprego, mais renda. Quando a gente tem a combinação do crescimento do crédito pessoa física com o crédito pessoa jurídica, naturalmente o investidor e o incorporador têm mais confiança para fazer empreendimentos. E também maior confiança do comprador em adquirir os empreendimentos. Então é uma combinação bastante positiva”, declarou Hermolin.

O presidente da Ademi também comentou sobre projetos de lei complementares muito importantes para o mercado imobiliário e que estão sendo discutidos atualmente na Câmara dos Vereadores, a PLC nº 141/2019, que estabelece regras de incentivo a empreendimentos residenciais, à produção de habitação de interesse social e ao desenvolvimento de atividades econômicas no território municipal e dá outras providências, também conhecida como Lei de Uso e Ocupação do Solo; e a PLC nº 136/2019, que estabelece condições especiais de incentivo para reconversão de imóveis protegidos e das edificações existentes, regularmente construídas e licenciadas, além de outras providências em complemento aos capítulos VI e VII da Lei Complementar nº 198, de 14 de janeiro de 2019, que institui o código de obras e edificações simplificado do Município do Rio de Janeiro, que autoriza o reaproveitamento e reuso de imóveis existentes.

“A aprovação dessas leis vai impulsionar um outro salto para o nosso mercado. Essas legislações, junto com o Novo Código de Obras, vão trazer ainda melhores números na nossa próxima reunião no Panorama do ano que vem. Eu costumo dizer que o mercado é soberano. A gente tem que conseguir fazer o que o mercado quer comprar. Se o mercado aqui quer comprar residencial, vamos fazer residencial. Se ele quer comprar residencial com comercial, que hoje também é uma tendência as pessoas quererem trabalhar perto de onde moram, que a gente possa fazer”, concluiu o Hermolin.

Outra presença importante foi do diretor executivo de habitação da Caixa Econômica Federal, Matheus Neves, que apresentou projeções para o setor imobiliário em 2020. Algumas delas são SELIC em 4,5%, PIB na casa de 2,30% com expectativa de crescimento gradual entre 2020 e 2021, podendo avançar nos próximos anos baseado na expansão do crédito e consumo, IPCA com previsão de 3,58%, e o desemprego na casa de 11,20%.

Neves traz também uma reflexão para o público: “beba com moderação. Se a gente reduziu a taxa de juros para termos novos entrantes no mercado imobiliário, nós temos que saber gozar o valor dos lançamentos, porque se a gente for com muita sede ao pote agora, porque os juros caíram e eu posso cobrar um valor maior no meu imóvel, eu não vou estar agindo com uma sustentabilidade nos próximos cinco, dez anos. Eu vou sangrar o mercado logo no começo. É uma conta que tem que ser feita para que a gente não consuma só a curto prazo. Porque lá na frente nosso cliente vai pagar mais caro, vai comprometer os 30% do valor da renda dele e vai gerar mais inadimplência. Se essa redução de taxa de juros for transferida para nosso consumidor final com responsabilidade, a gente vai ter mais perenidade nos investimentos de fundos imobiliários e nos novos lançamentos imobiliários. O valor de lançamento não pode ir só pela prestação. Tem que ir pela sustentabilidade do negócio”, explicou o diretor.

Já o sócio da Hedge Investiments, Mauro Dahurj, falou sobre fundos imobiliários, o que são como funcionam e porque valem a pena serem feitos. “O ano passado foi o melhor ano dos fundos imobiliários na história. Em 2019 foram lançadas 155 novas emissões de fundos imobiliários, gerando uma rentabilidade de 35 bilhões de reais, um recorde absoluto de crescimento dessa indústria. O patamar atingido pelas taxas de juros é o que impulsiona essa confiança e a busca pelos fundos imobiliários”, afirmou Dahurj.

A palestra da gerente de análises da Siila Brasil, Maria Fernanda Violatti, abordou sobre os escritórios corporativos do Rio de Janeiro acima de 400 metros. “Lá no início da crise, os setores que mais tinham relevância na ocupação dos escritórios eram empresas de óleo e gás e de administração e serviços públicos, que juntos somavam quase 60% da ocupação. E a gente viu que em 2017 e 2018 esses setores sofreram reduções significativas.  E concidentemente nesse mesmo momento o setor financeiro que ocupava 5% cresceu e hoje ocupa 12%. A iniciativa privada tem sido responsável por grande parte dessas novas ocupações e contratos fechados”, comentou Violatti.

As outras apresentações foram do gerente comercial da Haganá, Roberto Aris Martinez, e do gerente comercial da Alterdata, Robson Machado, empresas patrocinadoras do evento. Além disso, também estiveram presentes Carlos Samuel, presidente da Abadi, Laudemiro Cavalcanti, vice-presidente do Creci e Frederico Gricchi, presidente da Fiabci.

Para ter acesso ao Panorama do Mercado Imobiliário 2019 na íntegra, entre em contato com o Cepai pelo e-mail cepai@secovirio.com.br.

 

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