Tempo de equilíbrio e novidades na zona oeste

Depois das Olimpíadas, o jogo virou na Zona Oeste. A região, que já concentrou o maior número de unidades lançadas antes da crise econômica, hoje oscila entre desencalhar os estoques remanescentes e lançar um ou outro empreendimento.

De acordo com o Sindicato da Habitação do Rio de Janeiro (Secovi Rio), o Recreio, por exemplo, não teve lançamentos em 2018 nem em 2019. Como foi um dos bairros que mais contribuíram no passado para o aumento no número de novas unidades no Rio, ainda está com muito estoque. lá na Barra o Ilha Pura é o local com mais apartamentos parados.

O número de unidades para venda na Zona Oeste, hoje, é de 37.599, segundo levantamento do Secovi Rio. A Zona Norte também tem um estoque significativo, com 38.745 imóveis dispo níveis.

Em relação aos preços, os valores médios do metro quadrado variam entre R$ 4.318 na Taquara e R$ 9.389 na Barra. Na variação dos últimos 12 meses, todos os bairros da Zona Oeste tiveram queda nos valores — exceto Vargem Pequena onde houve aumento de 1,5%. e Camorim, com 1,3%.

— As vendas aqueceram, mas como há mu itas unidades. Ainda leva tempo para esgotar—diz Cláudio Hermolin, presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi RJ) sobre a região.

Por outro lado, à medida em que as vendas dos imóveis estocados acontece, no vos lançamentos começam a surgir. Nada muito relevante, mas é o início de uma retomada. Para Hermolin. Os lançamentos não chegam a representar um aquecimento, mas são o início de uma retomada na região, o que considera uma sinalização positiva.

— A região do Recreio, que inclui o Pontal, é natural mente atrativa para o mercado por conta da praia, que é o vetor decrescimento do mercado imobiliário com preço elevado no Rio. Hoje, é natural que no Recreio o estoque seja absorvido e seja mais atraente do que bairros da Zona Norte. Centro e até mesmo a região Portuária. Apesar da boa logística nesses outros lugares, o mercado no Rio é muito guiado pela proximidade da praia — explica Hermolin.

POUCOS LANÇAMENTOS

Aos poucos, as novidades começam a aparecer. Nas últimas semanas. Barra Bonita ganhou duas. O sub-bairro planejado é uma pequena área dentro do Recreio, ladeada pelo acesso à Avenida das Américas, uma das principais vias da região Oeste, e pelo Recreio Shopping, e próxima à comunidade do Terreirão. No centro, um par que entre os prédios já existentes alivia a vista das paredes concreto.

Em quase todos os poucos terrenos que ainda existem ali, placas anunciam novos projetos. Entre os lançamentos, estão o Park Vievv Comfort Homes, da Avanço Realizações Imobiliárias, com 84 apartamentos (de dois ou três dormitórios com suíte, além das coberturas). O outro é o Lumi, da Tegra, com 190 unidades, sendo 10 coberturas.

— São 19 andares com unidades de três quartos e vamos construir uma nova praça em frente ao condomínio — relata Alexandre Fonseca, diretor geral da Tegra no Rio sobre o empreendimento lançado no mês passado.

Com preços a parti r de R$ 559 mil, o Lumi começará a ser erguido por volta de fevereiro, com entrega para 24 meses depois.

— já fizemos outros empreendimentos no Recreio, mas este é o primeiro em Barra Bonita. Trabalhamos muito com pesquisa e constatamos que esta é uma região diferenciada da região, e sem estoque de três quartos — destaca Fonseca, destacando que o shopping e a falta de estoques são os propulsores do investimento.

Edson Pires, presidente da Sawala Imobiliária, que comercializará as unidades em Barra Bonita, considera os valores mais atrativos do que no entorno.

— O metro quadrado, partir de R$ 7.500, é muito mais barato que em outros lugares d a Barra. E há as opções de lazer dos empreendimentos e de fora também, além de serviços. A concorrência no comércio do Recreio barateou o custo de vida.

Pires conta que também há um projeto previsto para ser construído na Praia no Pontal, em frente do mar.

E há ainda a Calper, que, de um ano para cá, pôs no mercado dois empreendimentos, o Noir e o Noir Plus, em Barra Bonita. Eles têm outro em andamento, o Lince. O diretor da empresa, Ricardo Ranauro, explica que o método é um pouco diferente, pois é feito a par ti r de um grupo de investidores. Os três são nos mesmo modelo dos demais lançados na região, com dois ou três quartos e área de lazer completa. No entorno. Ranauro diz que há previsão de novos projetos, mas nada de imediato.

— Há previsão de retomada na Barra e no Recreio, sim, mas é lenta — sentencia.
FONTE: O Globo, Morar Bem

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