Sinais positivos para a indústria da construção

Os últimos dados da indústria da construção mostram que a intensidade da crise diminuiu. No país, o setor criou cerca de 15 mil novos empregos em abril. Mesmo assim, a atividade ainda está reduzida e as obras seguem escassas. A estimativa da FGV/Ibre para 2018 é de que o nível de emprego da construção brasileira ainda caia 3,4%.

Para acelerar a retomada da atividade da construção, representantes da Abrainc, CBIC, Sinduscon-SP e outras entidades reuniram-se em 23 de maio com os ministros das Cidades, Alexandre Baldy; do Planejamento, Esteves Colnago; do BNDES, Dyogo Oliveira, da Caixa, Nelson Souza; o secretário executivo Casa Civil, Daniel Sigelmann; e o diretor do Banco do Brasil, João Rabelo, entre outros.

As lideranças da construção apresentaram uma pauta de iniciativas que podem ser adotadas imediatamente pelo governo, como fomento ao crédito e à segurança jurídica. Houve grande receptividade e se definiu que o grupo se reunirá quinzenalmente.

Há perspectivas de recuperação no setor imobiliário. Na Região Metropolitana de São Paulo, o número de unidades vendidas cresceu 102% no primeiro trimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Na capital paulista, a derrubada da liminar que havia suspendido o direito de protocolo retomou o licenciamento dos projetos protocolados antes da Lei de Zoneamento e motivará uma série de novos lançamentos imobiliários neste ano para construção a partir de 2019.

Ainda será preciso cuidar para que não faltem recursos do FGTS. É preciso evitar que o afã de gerar emprego coloque em risco a capacidade do fundo de financiar a moradia popular, não apenas neste ano, mas também nos próximos.

Um impulso à transparência e à produtividade

Um passo importante para o desenvolvimento nacional foi dado pelo decreto federal publicado em 17 de maio, que instituiu a Estratégia Nacional de Disseminação do BIM (Modelagem da Informação da Construção).

Conjunto de tecnologias e processos colaborativos que revolucionaram a maneira de projetar e construir edificações, o BIM proporciona mais transparência nas contratações de obras, redução de custos e aumento da produtividade. A expectativa do governo é de que, se a adoção da Modelagem se multiplicar por 10 num prazo de 10 anos, os custos da construção poderão se reduzir em 9,7% e a produtividade aumentar em 10%.

A adoção do BIM no país ganhou impulso mediante iniciativas do Sinduscon-SP e da Câmara Brasileira da Indústria da Construção. As entidades têm motivado o poder público a induzir a adoção do BIM, já exigido por alguns governos e estatais. Espera-se que o decreto leve as esferas pública e privada ao seu uso massivo.

(Fonte: Folha de São Paulo, Janela Sinduscon)

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