Consórcio imobiliário tem atraído consumidores endividados em busca da casa própria

O consórcio imobiliário tem atraído cada vez mais os consumidores em busca da casa própria. Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC) apontou que essa alternativa de negócio cresceu 6,6% de janeiro a julho deste ano. O índice total desse tipo de negócio representa o equivalente a 30,2% dos imóveis financiados no país. Em meio a esse cenário, especialistas ouvidos pelo DIA explicam as vantagens e desvantagens da aquisição.

Para participar do consórcio, o interessado precisa depositar mensalmente uma quantia em um fundo comum onde sairá o dinheiro para cartas de crédito que serão sorteadas a cada mês entre os participantes. A modalidade pode ser interessante, pois não há um valor fixo a ser pago. A pessoa pode ofertar até mesmo R$ 1 mil que estará participando. Mas é contemplado mais rápido quem pagar o maior percentual. “Antes da contratação, é sempre recomendado que o consumidor verifique se o consórcio está autorizado pelo Banco Central”, explica o advogado Leandro Sender.

A principal vantagem do consórcio é não cobrar juros tão altos, como os financiamentos imobiliários. E não exigir valor de entrada ou parcelas intermediárias. Para Lízia Jacintho, presidente da Associação de Mutuários do Rio (AmuRio), o consórcio é como uma poupança forçada. “Se o consumidor não consegue guardar dinheiro, a modalidade é uma possibilidade viável para ele”.

Sem pressa

Por outro lado, Lízia explica que a aquisição do imóvel através do consórcio é indicada apenas para as pessoas que não têm pressa em adquirir o imóvel. Não há como precisar quando o consorciado será contemplado. “É uma compra de imóvel a longo prazo. Isso pode ser uma desvantagem para quem tem urgência”, explica.

Além disso, caso o consorciado demore a ser sorteado, ele pode não ter o dinheiro necessário para comprar o imóvel que deseja, pois pode ocorrer uma grande valorização.

A causa do crescimento

Para os especialistas, a procura o consórcio imobiliário está em alta por causa do crescimento do número de consumidores endividados e com restrições ao crédito.

“A burocracia exigida é muito inferior ao que é pedido em um financiamento. Por exemplo, não se verifica a condição creditícia”, explica o advogado Leandro Sender.

Dessa forma, o cotista ganha tempo para limpar seu nome, uma vez que a documentação mais detalhada será exigida no momento em que o consorciado for contemplado, no contrato do imóvel.

Fonte: O Dia, Marina Cardoso, 22/10

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